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SET
28
28 SET 2015
Livro sobre a história de Nhandeara será lançado em outubro
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Na noite do dia 10 de outubro, a partir das 19h30, acontece no Nhandeara Esporte Clube (NEC) o já tradicional Encontro de Amigos de Nhandeara e o evento será sede para o lançamento do livro “NHANDEARA, terra, gente e história”, escrito pelo nhandearense Antônio Felix Domingues, que conseguiu concluir a obra após quatro anos de pesquisas. Ele também contou com ajuda de outro filho da terra, Percival Tirapeli, professor da UNESP e artista plástico (um dos grandes especialistas em arte no Brasil), que ficou responsável pela edição do livro e ilustrações, inclusive da capa.



O autor nos adiantou que o livro trará em suas páginas resumo sobre 173 famílias de Nhandeara (de onde, quando vieram para cá, o que faziam, etc). “Inclusive credito a reportagem que você fez em agosto do ano passado, o interesse de várias famílias, que já tinham sido contatadas e não haviam se interessado em colaborar até verem o jornal. De 60 famílias que tinham colaborado até então, conseguimos chegar a mais de 170 no fechamento da edição”, afirma Felix Domingues. Ele ainda completa. “Os textos sobre as famílias são das que chegaram em Nhandeara até 1960 e que foram possíveis ser contatadas e responderam ao pedido. Algumas foram contatadas e nunca responderam”.



A obra terá cerca de 310 páginas, 220 fotos, vários mapas, recortes de jornais e gravuras feitas por Tirapeli. O autor arcou pessoalmente com os custos da obra, assim como o editor e sua esposa Laura Carneiro (revisora), que também trabalharam voluntariamente para esta publicação.



Os livros serão vendidos por R$ 50 cada e a renda será revertida para APAE de Nhandeara. Felix Domingues estará autografando a obra.



Nós fizemos uma entrevista com o editor do livro (Percival Tirapeli) para saber mais sobre o processo de produção. Confira abaixo.



Jornal A Voz do Povo: Qual sua participação na execução do livro?



Percival Tirapeli:
Na realidade comecei escrevendo dois tópicos do livro. Um sobre a formação da cidade e a arquitetura simples, desde os tempos da fundação até os anos 1960. Ampliei a minha participação escrevendo sobre o comércio nos anos 1950 por meio de entrevistas com Antônio Salomão e Nair Tirapeli, e sobre a religiosidade com memórias de cerimônias e festas. Em seguida ilustrei a parte da arquitetura. No entusiasmo também desenhei a capa recriando a praça da então São João de Nhandeara dos anos 30 para 40.



Aos poucos o envolvimento com o livro ultrapassou a escrita e iniciou-se o processo de edição do livro e escolha do designer. Na realidade você se envolve e não para mais, pois a cada texto novo a curiosidade se amplia e chega uma hora que parece que o livro vai ficar pronto, mas sempre falta muito. Para mim, as sucessivas leituras para quem não tinha lido nada do livro no começo são importantes pois vai se delineando uma estrutura que quem está envolvido há anos, como acontece com o autor Antônio Félix, já não percebe.



Para quem está escrevendo, é o autor, a leitura se torna repetitiva e não se consegue mais ver eventuais falhas ou lacunas.



Nessa hora minha mulher Laura entrou também no circuito com seu olhar de revisora - ela é jornalista - e vimos a melhor forma de apresentar o que o autor Felix quer mostrar. O autor define tudo, mas está envolvido com a pesquisa, informação exata e o não esquecimento. Ou seja, a preservação da memória da cidade e das suas pessoas.



Por fim o acompanhamento junto ao designer gráfico, pois eu fico em São Paulo, mais perto que o Félix. Se bem que com a internet o autor e o designer se entendem muito bem. E foi o que aconteceu.



Jornal A Voz do Povo: Qual a importância para a cidade de Nhandeara ter sua história contada em um livro feito por nhandearenses?



Tirapeli:
Primeiro, só poderia ser escrito por quem estivesse envolvido emocionalmente, mas com a racionalidade de um pesquisador. Eu entrei no meio da feitura ou até mais adiante, em um ponto que o autor sabia muito bem o que queria. Assim, este livro é uma obra coletiva no sentido de coleta de dados, de busca de memórias, documentação e as famosas caixas daqueles que por décadas colecionaram e guardaram os documentos -- nesse caso, foi o Rubens Boschillia.



O material por si só não faz o livro, mas sem ele o livro nunca existiria.



Todos os entrevistados, todos os que enviaram as fotos, relataram fatos, fazem parte do lastro da obra. Foram mais de três anos de busca de informações. Informações estas que continuavam chegando até o momento em que o designer finalizava a diagramação.



A foto do Posto de Puericultura foi a última que entrou. Foi difícil encontrar duas fotos do jardim da parte posterior da igreja. Isso para dizer que tantos nhandearenses colaboraram!



A parceria com o Félix data de um reencontro: estudamos juntos no curso primário, e depois seguimos caminhos diferentes. Ele ocupando cargos de grandes responsabilidades na agricultura e no uso da água e eu, a docência como professor universitário, artista plástico e escritor. A união foi perfeita para se fazer o livro, pois chega uma hora que toda a avalanche de informação tem que ser filtrada, os últimos mapas têm que ser escaneados em algum órgão público, a lista dos antigos professores, vereadores e, por fim, a pesquisa e entrevista com mais de 150 famílias nhandearenses que ele fez.



Se não colocar um basta, o livro não sai. Foi bom definir o período de abrangência histórica: da fundação até os anos 1960. Aí entra o conhecimento do autor em delimitar os fatos, buscar novidades e não cair na mesmice daquilo que já foi escrito. Os nhandearenses vão se surpreender com a qualidade de pesquisa, da obra gráfica e se sentirão orgulhosos de terem um documento à altura de tanto tempo esperando por este livro.



Jornal A Voz do Povo: O que os nhandearenses encontrarão no livro?



Tirapeli:
Começo a descrever pelo final: a genealogia de mais de 150 famílias fundadoras da cidade. A relação de professores e escolas, base de nossa escolaridade. A pesquisa das famílias tornou-se uma pesquisa mesmo, e quase um livro à parte. Ah! Sim, com fotos de nossos patriarcas e nossas professoras. Agora vamos para as surpresas do início: uma aprofundada pesquisa sobre a conquista da região Oeste do Estado, com direito a mapas e descrições minuciosas de autores locais. Em seguida, a fundação e emancipação do município. O arruamento e traçado da cidade em local específico, junta a estradas boiadeiras, mananciais para o abastecimento da água. A vila se formou, com casas de barro, pau a pique até chegar nas construções mais elaboradas como a casa do Dr. Agostinho; formaram-se os pomares, os jardins e as ruas de comércio.



O comércio toma conta de boa parte do livro, com fotos antigas, armazéns, lojas, consultórios, todos documentados com nomes e locais onde os comerciantes atuaram. O município emancipou-se e formou-se a Câmara, vereadores e os prefeitos que se sucederam. A comarca se constituiu e todos as instituições nascem durante décadas: escolas, igreja, saúde, saneamento, agremiações, eletricidade, cinema e festas religiosas. A história vai crescendo onde as pessoas ganham destaques cada qual em sua profissão: comerciantes, médicos, padres, farmacêuticos, alfaiates, costureiras e os músicos. Ah! E tem os jogadores de futebol, as fanfarras e a banda furiosa, que ganha destaque em uma magnífica foto, estourada na diagramação do livro - imagem que enobrece aqueles que com sonoridade amainaram nossos anos de inocência, de convivência, de compadrio. Documentos e mais documentos estão estampados nas páginas: os primeiros jornais, a doação do terreno para Nhandeara por parte do Dr. Agostinho, a ata da fundação do NEC e aí vai até onde a pesquisa permitiu e para a qual todos colaboraram.



Jornal A Voz do Povo: Como vocês fizeram para unir as informações?



Tirapeli:
Na realidade essa pergunta deve ser respondida pelo autor pois quando entro na história já havia a caixa preta com os documentos coletados pelo Rubens Boschillia, nos anos 80. Estas eram informações que serviram para as ilustrações que fiz, sem as quais os fatos ficariam sem credibilidade. A informação maior está na estrutura da obra que o Félix foi buscar, primeiro em bases bibliográficas, depois confirmadas nas entrevistas. Com isso se tem o lastro, como já disse. Mas isso apenas não faz o livro, pois o autor tem que ter uma leitura, um querer e um saber comunicar-se. A imensa quantidade de informações poderia criar ruído na obra. Neste momento entrei para ter uma visão de longe e apontar possibilidades, que o autor aceita ou não. Foi o caso das pesquisas genealógicas: se estivessem no corpo do livro, criaria outro livro. E o autor sabe que isto será a primeira coisa que verão: cadê minha família? Portanto esta informação está identificada à parte e por si só ganha um status especial: as famílias dos fundadores.



A ordem cronológica dos fatos sempre auxilia a leitura e localização dos mesmos. O livro é linear, impregnado de informações visuais enriquecidas com legendas precisas com o nome de todas as pessoas que aparecem nas fotos. Outra preciosidade - pois o autor tem que recorrer aos familiares, aos amigos, aos mais idosos e com isso o livro se torna um documento de memórias. Um documento sociológico e histórico.



Jornal A Voz do Povo: Vocês já têm data e local previstos para o lançamento?



Tirapeli:
Tem sim, acabamos de estabelecer isso. Dia 11 de outubro, domingo, às 10 h, entre feriados, quando muitos nhandearenses retornam para conviver com seus familiares. Nessa ocasião, terão um encontro imperdível com a História. Este sentido de pertencimento é necessário para sermos cidadão e construtores de uma nação. Neste momento em que parece tudo desabar no país, a construção desta obra literária é um alento. Tenho lido constantemente livros sobre cidades, mas este surpreendeu-me pela pesquisa, apuro técnico gráfico e informações inéditas e relevantes.



Jornal A Voz do Povo: Já sabem qual será a tiragem?



Tirapeli:
Sim, serão 500 exemplares pela Arte Integrada, impressos pela Gráfica da Editora Loyola. O projeto gráfico e diagramação, primorosos, é do Guen Yokoyama, premiado artista gráfico.



Jornal A Voz do Povo: Sobre as ilustrações presentes no livro...



Tirapeli:
Aproveito para enviar um dos 15 desenhos que fiz, com base em fotos documentais, especialmente para esta obra. Duas casas memoráveis, a casa do fundador da cidade e a casa de Dona Malin, que foi minha mecenas, tanto me ajudou como artista. Infelizmente, nenhuma das duas construções continua em pé.



A capa do livro também foi construída com base em meus desenhos e fotos antigas.
Seta
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